22 de abril de 2011

Escher no CCBB - 5 dicas para levar no bolso

Imagem: Reprodução
Relatividade, 1953 -
litografia 29,1 x 29,4

"Talvez eu esteja sempre em busca do espanto e, por isso, procure apenas provocar espanto no espectador", escreveu a um amigo o artista holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972).

O trecho acima está no programa impresso entregue aos visitantes da exposição O Mundo Mágico de Escher, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Com 95 obras, entre gravuras, desenhos originais e réplicas, a exposição é realmente um exercício constante de admiração e espanto pelos espaços dedicado à obra do artista gráfico. Escher é responsável por imagens, que provavelmente você já viu reproduzidas em livros ou na internet, com interessantes efeitos de ilusão de ótica e espelhamento. Sua obra estende a noção de realidade, unindo na mesma superfície de um desenho diferentes dimensões de infinitude, tempo e espaço. Uma obra que dialoga facilmente com a universo de Alice no País das Maravilhas. A exposição, que já passou por Brasília e Rio de Janeiro, conta também com atividades interativas, projeções e exibição de filmes que juntos aprofundam a experiência do espectador.

Imagem: Reprodução
Cada vez menor , 1958 -
entalhe em madeira e xilogravura 37,8 x 37,8 cm

Fui conferir O mundo mágico de Escher no último dia 21 de abril, feriado e por isso um dia movimentado no CCBB. O espaço está completando 10 anos de existência e na ocasião comemorava com doces, sanduíches e refrigerantes, distribuídos a vontade aos visitantes. Animadores e palhaços brincavam com as crianças do lado de fora do espaço, tornando ainda mais agradável e familiar o ambiente cultural.


Imagem: Reprodução
Céu e água I, 1938 -
xilogravura 43,4 x 43,3 cm

Da tarde de mergulho pelo universo do artista holandês, separei cinco dicas que considero importantes para você leitor do PCdeBolso que pretende conferir a exposição. Se for segui-las em sua visita, passe por aqui depois e deixe seu comentário. Lembrando que a exposição é gratuita, o CCBB fica entre as estações de metrô Sé e São Bento e está aberto de terça à domingo em horário recentemente ampliado, das 9h às 20h. Ou seja, você não tem as desculpas "é caro, é longe e eu não tenho tempo" para não dar uma olhada.

Dica 1 - Vá com tempo. A exposição está espalhada por cinco andares do espaço e como já disse, conta com atividades além da exposição das obras. Nos finais de semana ou feriado, dependendo do horário, podem ocorrer filas para conferir alguns trechos. Três a quatro horas é a média de tempo que você precisa dispensar para ver tudo, bem visto. 

Dica 2 - Vá acompanhado. Algumas atividades interativas como o Periscópio (uma cabine espelhada em que um entra e o outro fica a espreita do lado de fora), presente no 3º andar, exigem a parceria com uma segunda pessoa para ser proveitosa. Vi várias pessoas desacompanhadas entrarem e saírem da cabine sem entender nada.

Dica 3 - Leve uma câmera fotográfica. Você pode ser daqueles que detesta pagar de turista, tirando fotos dentro de espaços de arte e ainda sente enorme vergonha de quem faz isso desesperadamente. Mas na exposição existem instalações interativas para fotografar. Eu não levei uma, mas vi o entusiamo das pessoas conferindo nos visores das câmeras suas fotografias com efeito à la Escher.

Dica 4 - Faça seu roteiro de improviso. Pode ser mais divertido conferir a exposição a sua maneira, no seu tempo sem ser mediado por um instrutor. Longe de querer boicotar o trabalho da equipe do espaço, mas descobrir a história e as técnicas de Escher de forma independente torna a visita muito mais pessoal e significativa. Fora que, provavelmente você terá vontade de voltar em um andar por onde passou ou rever uma obra que te deixou perplexo.

Dica 5 - Vá com a cabeça desconectada com os anos 2000. Muito do que se vê na obra de Escher pode parecer comum para uma geração cercada visualmente pelos efeitos do Photoshop, a realidade 3D e as montagens feitas com um clique do mouse. No entanto, quase tudo que ele fez foi talhado em blocos de madeira, em muita pedra para litografia. Ou seja, um trabalho totalmente minucioso, exaustivo e bem moderno para a época em que viveu.

2 comentários :

  1. Belo blógui, amauri!

    Vou no Escher esta semana. Daí comento com as avacalhações que havia pedido.

    Abraços!
    (Outsuka)

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  2. otimas dicas para conferir Escher no CCBB de Sampa!

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