23 de agosto de 2012

Tempo, tempo, tempo

"Tem que correr, correr
Tem que se adaptar
Tem tanta conta e não tem grana pra pagar
Tem tanta gente sem saber como é que vai

Priorizar
Se comportar

Ter que manter a vida mesmo sem ter um lugar
Daqui pra frente o tempo vai poder dizer
Se é na cidade que você tem que viver
Para inventar família, inventar um lar

Ter ou não ter
Ter ou não ter
Ter ou não ter
O tempo todo livre pra você

O banco, o asfalto, a moto, a britadeira
Fumaça de carro invade a casa inteira
Algum jeito leve você vai ter que dar

Sair pra algum canto, leva na brincadeira
Se enfia no mato, na cama, na geladeira
Ter algum motivo para se convencer

Que o tempo vai levar
Que o tempo pode te trazer
Que as coisas vão mudar
Que as coisas podem se mexer

Vai ter que se virar para ficar bem mais normal
Vai ter que se virar para fazer o que já é
Bem melhor, menos mal, menos mal
Mais normal"

   
Parei para ouvir "Dois Cafés" com atenção somente hoje e percebi que - mesmo não sendo a melhor do álbum - a faixa sintetiza a vida do paulistano-classe-média (ou morador-classe-média de qualquer outra metrópole brasileira) de forma certeira.
 

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