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| Imagem: Divulgação |
Não vá assistir Bruna Surfistinha esperando graça e leveza, como boa parte da sala do cinema em que fui parecia esperar. O primeiro trailer divulgado na rede, há mais de seis meses, não deixava claro qual o "tom" que o longa seguiria, para retratar a história de Raquel Pacheco. Mas, ainda assim, qualquer um que ler a sinopse antes de comprar o ingresso, vai saber que o filme fala sobre uma garota de classe média alta, que aos 17 anos deixa a casa dos pais adotivos para tornar-se garota de programa. Ou seja, no mínimo haverá cenas de sexo! No entanto o diretor Marcus Baldini não trabalha com o mínimo no seu primeiro longa. Bruna Surfistinha traz a atriz Deborah Secco, se não no papel mais importante da sua carreira até agora, no mais corajoso, com inúmeras cenas despudoradas e de todos os gêneros. O nível "adulto" que ela atingiu em Bruna Surfistinha está dois tons acima de todos os papéis que ela já representou na TV até agora, esses todos que por vezes parecem ser um só. A perigosa escolha do diretor em lançar mão de várias cenas de sexo, quase explícitas por todo o filme, poderia enfraquecer a obra no geral, mas pelo contrário, dá ao espectador uma perspectiva consistente (o constrangimento está incluído nisso) do significado vazio tanto da escolha, quanto da insistência de Raquel no mundo da prostituição. Muita coisa é jogada no ventilador com a história de Raquel Pacheco, falsa moralidade e perversidade são apenas duas. Deborah Secco tem o domínio da personagem sensual, também ganha pontos quando se apresenta mais melancólica ou desesperançosa, mas não convence quando faz a personagem drogada.
No final das contas Bruna Surfistinha é um trabalho não-convencional de estreia, com uma personagem principal controversa, boa direção de atores, (destaque para a prostitura Janine, interpretada pela atriz Fabiula Nascimento), uso inusitado do casting (tem a própria Raquel Pacheco como hostess de um restaurante e do jogador Dentinho(?), como um cliente) e ótima trilha sonora. Portanto não fique escandalizado nos primeiros 20 minutos de filme, fazendo comentários para os lados, como as várias pessoas da sala em que fui. Pois provavelmente vai ter alguém fazendo um "shhhhhhhhhhi" bem irritante, desses de pseudo-cinéfilo, como fiz.
No final das contas Bruna Surfistinha é um trabalho não-convencional de estreia, com uma personagem principal controversa, boa direção de atores, (destaque para a prostitura Janine, interpretada pela atriz Fabiula Nascimento), uso inusitado do casting (tem a própria Raquel Pacheco como hostess de um restaurante e do jogador Dentinho(?), como um cliente) e ótima trilha sonora. Portanto não fique escandalizado nos primeiros 20 minutos de filme, fazendo comentários para os lados, como as várias pessoas da sala em que fui. Pois provavelmente vai ter alguém fazendo um "shhhhhhhhhhi" bem irritante, desses de pseudo-cinéfilo, como fiz.
Bruna Surfistinha
Marcus Baldini
2011 - 109 min.
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